sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Cusco e Macchu Picchu


Como já havia dito no primeiro post sobre o Peru, ao chegar em Cusco (ou Cuzco), o ideal é esperar para comprar os pacotes turísticos no hotel ou em alguma agência na Plaza de Armas, pois na confusão de um aeroporto corre-se o risco de não ter referências ou garantias do produto adquirido.

Numa sequência crescente de atrações e interesses, me parece que o ideal é começar pelo programa mais curto e menos cansativo, que é o city-tour pela cidade, pois os efeitos da altitude, apesar de estarem presentes durante toda a viagem, se farão mais inesperados no primeiro dia.
Dessa forma, numa tradicional permanência de 4 ou 5 dias na cidade, sugere-se o seguinte:

Dia 1: City tour por Cusco.
Dia 2: Passeio no Vale Sagrado (avaliar possível pernoite em Ollantaytambo).
Dia 3: Ida para Águas Calientes (pernoite).
Dia 4: Subida à cidadela de Macchu Picchu e regresso de Águas Calientes para Cusco.
Dia 5: Despedida de Cusco (dependendo do horário do vôo, não há tempo para fazer mais nada.

Por partes:

Dia 1. O city tour dura metade do dia. Envolve passeio a pé pela Plaza de Armas e às igrejas mais importantes da cidade, continuando em van ou microônibus para mais algumas ruínas e à fortaleza inca de Sacsayhuaman, que é um local fantástico.
  

Vistas (muito) parciais das ruínas de Sacsayhuaman

Vista aérea da Plaza de Armas

Nas horas livres, explore a Plaza de Armas, por muitos considerada como uma das mais belas praças do mundo. Não só as construções barrocas, mas as paisagens humanas, o colorido das roupas, as fisionomias... é tudo exótico e singular!







Dia 2. O passeio ao Vale Sagrado dura um dia inteiro e sugiro fazê-lo depois de visitar as ruínas de Sacsayhuaman.  A razão para isso é ir deixando o melhor sempre para depois.

Uma das paradas é na cidade de Pisac, com sua tradicional feirinha de artesanato (antes da chegada ao parque arqueológico de Pisac). Sugiro fortemente um lanchinho a base de empanadas em alguns dos fornos de barro que existem por lá, com mais de 200 anos de atividade.






Depois da parada na feirinha de Pisac, o tour segue para o parque arqueológico de Pisac e, em seguida, leva os viajantes para um excelente almoço em Urubamba.







Depois de almoçar, fomos para Ollantaytambo  admirar as ruínas, que só perdem, é lógico, para as de Macchu Picchu.








Na volta para Cusco, passamos por Chinchero, onde é feita uma parada na fábrica onde mulheres, quechuas (tribo de origem), com seus trajes típicos locais,  tecem com lã de alpaca.

Estas senhoras quechuas mostram todo o processo de
obtenção, tingimento e tecelagem. Seus produtos estavam
expostos para venda, entretanto, surpreendentemente, a preços bastante
módicos.   


Sobre a logística da viagem, é necessário fazer essa observação: Existe a possibilidade de aproveitar o passeio do Vale Sagrado e ficar em Ollantaytambo, que é bem mais perto de Macchu Picchu do que de Cusco. Economiza-se um bom tempo e alguns quilômetros de estradas sinuosas. Algumas pessoas do nosso grupo fizeram isso. Desta maneira, ao invés de retornar a Cusco, elas ficaram na estação de Ollantaytambo e seguiram direto para Aguas Calientes, em trem noturno ou no dia seguinte bem cedinho. É uma opção bastante interessante. Mas, quem opta por isso, perde o passeio das tecelãs quechuas de Chinchero.


Dias 3 e 4. Finalmente chega a vez de Macchu Picchu. Não caia na tentação de ir para lá antes de ter passeado por Cusco e pelo Vale Sagrado.

Avalie bastante seu interesse em subir à montanha de  Huayna Picchu. É para quem gosta de aventura e não tem medo de altura. A subida é bastante íngreme e com escadas entalhadas na pedra, mas nos pontos mais inclinados há cabos de aço para segurar, que ajudam na subida.  É uma visita com lugares limitados (400 pessoas, divididas em dois horários) e que precisa ser planejada com muita antecedência. Além disso, em razão dos horários restritos, irá limitar ou amarrar tudo aquilo que pretender fazer em Macchu Picchu. Avalie os relatos negativos e positivos que encontrará no Google e, caso decida subir, compre os ingressos aqui no Brasil mesmo, no site do Ministério da Cultura.

Para ajudar a pensar se vale a pena subir ou não, veja um relato mais conservador, que coincide com a minha opinião: http://www.viajenaviagem.com/2016/02/huayna-picchu-machu-picchu.

O acesso de Cusco a Macchu Picchu se dá exclusivamente por trem. A estação de Cusco fica em Poroy, a cerca de 10 km da cidade. Existem trens que partem de Ollamtaytambo e de Urubamba, reduzindo o tempo de viagem. O trem não permite levar malas, apenas mochilas. Se for pernoitar, deixe sua mala no hotel em Cusco.
  • Para comprar o bilhete de trem pelo Inca Rail, clique aqui.
  • Para comprar o bilhete pelo Peru Rail, chique aqui.
  • Para comprar as entradas para Machu Picchu e Huayna Picchu, clique aqui. Entradas para Machu Picchu e Huayna Picchu são distintas. Se você quiser ir 02 (dois) dias diferentes (por exemplo, sábado e domingo), tem que comprar entradas diferentes para cada dia. 

Cusco (Poroy) - Água Calientes = 4h de viagem
Ollantaytambo - Águas Calientes = 1h45m de viagem,
sendo que Cusco - Ollantaytambo de carro = 1,5h de viagem


Se você não tem ideia do que seja Águas Calientes (ou Macchu Picchu Pueblo), explico: é a cidadezinha onde chega (e parte) o trem de/para Cusco ou Ollantaytambo.




É de Águas Calientes que partem os ônibus que vão para o Macchu Picchu. Apenas 01 (uma) companhia está autorizada a fazer o percurso e o primeiro ônibus sai às 5:30h da manhã - a viagem leva 25 minutos. O ideal é comprar essa passagem com antecedência. O local de venda é muito fácil de ser encontrado. Custa U$ 17,00 a ida e volta por pessoa.

Também é em Águas Calientes que estão localizados os hotéis. Avalie com carinho a possibilidade de pernoitar ali e subir a montanha no dia seguinte bem cedinho. O motivo principal é que ali você não estará sujeito aos desconfortáveis efeitos da altitude e terá uma bela noite de sono.

Confira essa opinião a respeito: http://www.viajenaviagem.com/2014/06/onde-dormir-machu-picchu-aguas-calientes-hotel.

Ponto do ônibus que vai para Machu Picchu. 
Sempre lotado, inclusive às 5:30h da manhã.

Algumas pessoas preferem fazer um bate-volta, Cusco-Águas Calientes-Machu Picchu-Aguas Calientes-Cusco em um mesmo dia, partindo às 6h da manhã de Cusco e retornando às 22h. Mas repito, não faça isso!

Águas Calientes é um lugarejo pitoresco, bucólico, perdido no meio do nada, mas que merece ser visitado. Além disso, uma ida muito apressada impedirá de aproveitar Machu Picchu da maneira que o lugar merece.

Sugere-se subir para Macchu Picchu no primeiro ônibus e chegar às 6h da manhã nas ruínas, que ainda poderão estar cobertas de neblina. O visual estava lindo!




Minha dicas para visitar Machu Picchu são:
  • Leve seu passaporte, com o formulário de entrada no Peru. Eles pedem!
  • Vá vestido em camadas - desta maneira você pode ir se "descamando" à medida que o tempo esquenta. 6h da manhã está frio. Meio dia estará um calor escaldante (em outubro).
  • Lembre-se de passar bastante protetor solar em todas as áreas expostas. 
  • Leve bastante água. No mínimo, 1 litro por pessoa. Leve lanchinhos e barrinhas de cereal ou de proteínas. Para comprar comida ou ir ao toalete é preciso voltar até a entrada, andando bastante.
  • Contrate um guia só para você e sua família. Há guias que falam português e que ficam no portão de entrada do Macchu Picchu. Os guias que atendem grupos maiores e heterogêneos não costumam ser pontuais, atrasam seu passeio e empacam sua vida.
Huayna Picchu é a montanha mais alta desta imagem!


Machu Picchu vista do alto de Huayna Picchu. 
É possível ver a estradinha sinuosa que conduz Águas Calientes - 
Machu Picchu à direita, na foto.

Depois que estiver no parque arqueológico e acabar de ouvir tudo que o guia tem para contar e explicar, é só relaxar, caminhar e tirar muitas fotos!






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